Bom a poucos dias da minha iniação ao Orixá Obaluayê resolvi falar um pouco da minha caminhada espiritual.
Frequento
uma casa de Umbanda com raízes na nação Angola, muita gente pode dizer que isto
não existe ou não é possível, já ouvi muita gente dizer ou é Umbanda ou é
Candomblé, pois só o mesmo tem nação, mais sou a prova viva assim como meus irmãos
de santo que somos uma casa de umbanda que tocamos Angola. Conheço a umbanda
desde pequeno, pois minha avó e meu tio sempre foram da religião então aos meus
8 anos de idade, senti a curiosidade de pedir a minha avó que me levasse ao
centro, ela com um sorriso no rosto me respondeu que sim, e juntos fomos a
caminho do centro, lá eu vi e percebi que tudo que o “POVO” dizia era mentira
pois me faziam muito medo dizendo que centro umbanda era coia de “Demônio coisa
do capeta” e lá percebi que isso era mentira.
Senti-me
maravilhado ao ver os caboclos dançando e os pretos velhos rezando e dando suas
consultas os sons dos atabaques me encantavam assim como ate hoje me encantam,
acabando os trabalhos fomos embora.
No ônibus minha
avó me pediu que eu não contasse para ninguém o que ali eu vi, pois ela sabia
que eu era uma criança faladeira e ela não queria muita falação sobre o
assunto. Pois meu Pai mesmo sendo filho de minha avó e ter crescido com ela
indo ao centro ele não gosta e nem ia apoiar ela ter me levado.
Depois do
meu primeiro contato comecei a ir sempre, às vezes com minha avó ou com meu
tio, cresci vendo as entidades do meu Tio Fernando dando consultas, acha aquilo
lindo e mágico às vezes confesso que ficava com o pé atrás será que é verdade
ou será mentira, mas mesmo assim continuei indo. Com o passar dos anos fui
ficando mais velho e aos 12 anos me mudei de cidade e assim acabei perdendo o
contato com a religião. Nas minhas férias eu vinha a São Paulo e ficava na casa
de minha avó e sempre estava eu lá no centro.
No ano de
2007 meu tio veio a falecer em triste acidente de transito onde ele estava socorrendo
minha avó que tinha tido um enfarte, ele foi atropelado em uma avenida pegando
informações sobre o hospital em que minha avó estava internada foi uma coisa
muito trágica pegando toda a família de surpresa, assim eu e meus pais viemos
do interior ao velório do meu tio. Passando-se vinte e quatro dias do
falecimento de meu tio minha avó veio a falecer no hospital assim sendo mais um
baque na família, viemos novamente ao velório de minha avó.
Se passado
alguns dias meus pais se mudaram novamente a São Paulo assim ficamos, mas perto
da família.
No mês de
Março foi feito no centro uma Homenagem ao meu tio e minha avó, fui com minha
tia Priscila filha de minha avó, a Priscila também era filha da casa mais por alguns
motivos ela acabo saindo da casa e ate fez santo em outra casa.
Com o passar
do tempo a Priscila retornou a casa de santo que ela cresceu e eu retomei as
idas a assistência. Já mais velho com 17
anos comecei a entender melhor a religião. Mesmo indo sempre ao centro, minha
avó nunca me levou a um trabalho de Exú, pois dizia que não era apropriado para
crianças, sempre morri de curiosidade para saber como era, e agora já um adolescente
fui com minha tia, chegando lá me sentei no meu lugar e começou o toque.
Um trabalho
muito bonito, no decorrer dos trabalhos comecei a me sentir estranho com uns
calafrios alguns arrepios fora do comum, pois era uma noite calorosa, mais
tentei manter a calma e tentar saber o que estava acontecendo com meu corpo,
cheguei a pensar que estava ficando enjoado com o cheiro dos charutos, mesmo
assim fiquei quieto observando os trabalhos ate quando me dei por mim já estava
me tremendo novamente e assoviando sozinho eu já não tinha o controle do meu
corpo entrei em pânico pedi para que chamassem minha tia ele veio e viu que não
se tratava de enjoou. E chamou a Pombo-Gira Menina do Jardim Lebará de minha
Mãe de Santo, ela ao chegar ao meu lado, lembro que perguntou o que eu tinha eu
não soube explicar e assim ela pediu para que pegasse nos colares dela e segura
se com força. Obedeci e fiz com muita dificuldade, pois tremia como vara verde,
ao pegar nos colares não me lembro de mais nada, a única coisa que lembro que
quando voltei a mim eu já estava do lado de fora do terreiro de frente com o
Exú Marabó, depois de tomar alguns copos de água o exu e a Menina do Jardim me
explicaram o que tinha acontecido; E tive uma incorporação do exu que era do
meu tio, eu o recebi como Herança, e me explicaram tudo em relação a isso, e
com um leve sorriso ao rosto a Menina do jardim disse ai esta o exu agora é
seu.
Eu como
sempre fui curioso pedi algumas explicações sobre todo o acontecido, como
sempre achei a religião linda e pura resolvi entra na casa. No mês de junho eu
entrei para o Templo de Umbanda Pai Joaquim de Angola, assim me tornando um
filho de santo de Quitéria de Yemanja, iniciada há 57 anos pelo Babalaorixá Joãozinho
da Goméia e com 60 anos de caminhada espiritual.
Meu
desenvolvimento foi muito rápido, logo comecei a receber as entidades como meu Baiano,
Preto velho, erê e assim fui apreendendo muito sobre tudo.
Hoje com 22
anos e cinco anos na religião, depois de apreender muito com minha mãe de santo
e com minhas próprias entidades e com meu Orixá, vou ser iniciado em Obaluaye o
orixá que toma conta do meu Ori.
Sou filho de
Obaluayê e Ogum, nesses cinco anos de
espiritualidade apreendi que ser Umbandista, Candomblecista, espírita, não e só
vestir uma roupa branca e dizer sou do Orixá, e sim saber ir a fundo e descobri
o que é o Orixá, entender como essa
Força da natureza pode nos ajudar a nós
trazer a paz que tanto buscamos.
O Exú que
recebi de Herança se chama Exú dos Ventos, ele é meu exu de frente com quem
Trabalho constantemente. Tenho um amor incondicional por esse exu, pois sempre
esteve comigo desde o começo.
Essa é um
pouco da minha pequena caminhada ate hoje.
Eu adorei seu relato e me identifiquei muito!!! Convido você a conhecer meu blog e também a entrar em meu facebook, logo verá quem é o orixá que me guia! http://luanamacedoniamake.blogspot.com.br/
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